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Segundo o Meio Bit, o relatório do estado da Internet no segundo quarto de 2012, divulgado pelo Akamai, mostrou que a velocidade média das conexões no Brasil é de 2.1Mbps. Os picos de conexão chegam a uma média de 14,9Mbps, mais baixo que os picos de conexão de Chile e Equador.

  • Chile: 19,5Mbps
  • Equador: 15,2Mbps
  • EUA: 27,1Mbps
  • Canadá: 25,2Mbps
  • Japão: 40,5Mbps
  • Romênia: 38,6Mbps

De acordo com os cálculos do Meio Bit, nossa velocidade média de conexão é cinco vezes menor que a do Japão e sete vezes menor que a da Coréia do Sul.  Os dados ganham proporções ainda maiores quando cruzamos o serviço prestado com os valores cobrados pelas empresas de telefonia. Afinal de contas, além de a conexão brasileira ser, no geral, de baixa qualidade, é também uma das mais caras do mundo.

O quadro escancara a tirania com que as teles agem no mercado nacional: oferecem um serviço de péssima qualidade e cobram preços exorbitantes, fora da realidade e dos padrões mundiais. É impossível democratizar o acesso e universalizar a banda larga seguindo esta lógica predatória do setor de telecom. E inadmissível que Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, assista e aplauda tudo do alto de seu trono camarote gabinete.

A pergunta que nos vem à cabeça é: como mudar esse cenário? Em primeiro lugar, o Estado deveria garantir, por meio de políticas públicas sólidas, a universalização do acesso. Vale lembrar que, na I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em 2009, uma das resoluções foi justamente a de que o Estado considerasse o acesso à banda larga como um direito fundamental do cidadão. É preciso expandir a banda larga com preços justos (baixos) e serviço de qualidade (velocidades altas, como em países desenvolvidos). Em segundo lugar, as empresas de telecomunicações deveriam ser fiscalizadas e investigadas (há um pedido reforçado por abaixo-assinado para que seja realizada a CPI da Telefonia Móvel, diga-se de passagem), principalmente, pelo alto índice de reclamações dos consumidores.

Uma única boa notícia no período recente foi a de que as operadoras com mais de 50 mil usuários deverão entregar, por mês, uma velocidade mínima de conexão de 60% da velocidade contratada. O anúncio da Anatel foi feito no final de outubro e, até lá, a velocidade média entregue aos usuários é de cerca de 10% da contratada pelos consumidores – um descalabro.

No entanto, enquanto as empresas comandarem o setor, abusando do consumidor nos serviços e nas contas de Internet e telefonia em geral, não haverá democratização da comunicação no país. Enquanto as frágeis políticas públicas continuarem subservientes a interesses privados, continuaremos figurando em posições lamentáveis em rankings como o de velocidade de conexão ou de valores tarifários. Não custa nada lembrar, também, que grandes eventos vêm aí (Copa do Mundo e Olímpiadas, em 2014 e 2016, respectivamente). Se em Londres o sinal já caiu, imagina no Reino de Vivo, Claro, Oi, Embratel, Tim, Net e afins…7

Por Felipe Bianchi, com informações do Meio Bit

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